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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Treta no Egito, entenda como começou.

Bom dia a todos.

Finalmente, eu voltei a escrever
Finalmente, depois de 18 dias de intensos protestos, o Egito começa a caminhar de volta ao normal. Vamos entender o que aconteceu.
Muhammad Hosni Said Mubarak (foto) foi considerado um dos mais poderosos chefes de estado do Oriente Médio e foi conhecido por sua posição neutra no conflito árabe-israelita, o que fizera com que fosse, muitas vezes, negociador entre as duas facções.
Mubarak governou durante 30 anos o Egito. Foi militar de alta patente, tornou-se Vice-Presidente em 1975, assumiu o lugar do, então presidente, Anwar Al Sadat, depois que este foi assassinado, no dia 6 de Outubro de 1981.
Os protestos no Cairo foram inspirados na revolta na Tunísia contra o Presidente Ben Ali Do Lado (foto), que está no poder a 23 anos. Revolta esta que teve início quando a polícia confiscou uma barraquinha de frutas de um rapaz chamado Basboosa, que revoltado com a corrupção e outros problemas que o país enfrentava por causa do governo, foi até a sua casa e xingou muito no twitter pegou uma caixa de fósforos e um galão de gasolina, se dirigiu ao prédio do governo local e pôs fogo no próprio corpo, morrendo 3 semanas depois. O ato de Basboosa fez com que o povo se levantasse contra a Ditadura, pedindo por liberdade, emprego, alimento e que Ben Ali deixasse o poder. O grito por liberdade passou a ser conhecido por Revolução de Jasmim, que é a flor típica do país. Ali tentou acalmar o povo dizendo que ficaria no poder SÓ ATÉ... 2014! FAIL!
Em 14 de Janeiro, o exército aderiu a revolução. Povo nas ruas, com apoio militar e um saldo de 70 pessoas mortas no conflito, derrubaram o ditador. O Primeiro-Ministro assumiu o poder quando Ben Ali e a esposa (que apoiava firmemente o marido) fugiram para a Arábia Saudita, mas os protestos continuam. Há quem diga que o Ali Babá pode ter fugido, mas deixou os 40 ladrões para trás…
O norte da África foi tomado por manifestações contra governantes que se agarraram ao poder. Mais pessoas precisaram botar fogo em seus corpos na Mauritânia, Argélia, Egito, Sudão, Iêmen, Omã, e Jordânia, locais onde o povo também foi a rua.
Depois da Tunísia, foi a vez dos egípcios tocarem o puteiro se manifestarem contra o governo de Mubarak, que planejava passar o cargo para o filho, Gamal.
Toques de recolher ignorados, prisão do líder da oposição, Mohamed Elbaradei (foto) protestos na web seguidos pela suspensão da internet na região e os protestos continuaram na chamada “Sexta-Feira da Ira”, dia 28 de Janeiro de 2011.
A partir daí, as coisas começaram a entrar nos eixos. A telefonia celular voltou a funcionar, começou-se a falar em não-reeleição, Mubarak anunciou um vice pela primeira vez em trinta anos, mas ainda não era o que o povo queria. Tamanha era a força do povo que ElBaradei mencionou “Mubarak deve sair, o regime falhou”. Novos protestos no Twitter, Facebook e Youtube se intensificaram e viram alvos do governo no Egito, países ao redor do mundo começam a se mobilizar para tirar cidadãos do Egito, que, no dia 31 de janeiro, fechou o último provedor de internet do país, o Egito estava literalmente offline e só voltou a ficar online no dia 2 de fevereiro. Nerds se suicidaram nesse meio tempo. Mentira.
A violência aumentou, Mais de 600 feridos e 13 mortos, dando novo rumo às manifestações que não se reduziram nenhum pouco, e causaram a transferência de poder para o vice-presidente Omar Suleiman no dia 10 de fevereiro. Milhões vão as ruas e o presidente deixa a capital e mais tarde a renúncia está anunciada e militares começam a comandar a transição do Egito com o Marechal Mohamed Hussein Tantawi (foto), de 79 anos na liderança tá enxuto o meninão, rapá.
O mundo agora espera uma transição pacífica no Egito, a constituição foi suspensa, a fortuna de Mubarak, que gira entre 50 e 70 bilhões de euros foi congelada, junto com os bens de ex-funcionários do governo e um referendo constitucional deverá ser feito em 2 meses.
“Nos reunimos com o Exército para compreender seu ponto de vista e apresentar o nosso. Os militares se comprometeram a julgar todos os acusados de corrupção, independente de seus cargos atuais ou anteriores, e a encontrar todos os desaparecidos durante a revolta”, disse um dos militantes civis que se reuniram com os militares.
O encontro contou com a participação de oito militantes pró-democracia, incluindo Ghonim, que virou um dos heróis da revolta depois de ter passado 12 dias detido, e o blogueiro Amr Salam.

A revolta custou mais de R$ 10,3 bilhões. Mas trouxe ao povo uma esperança. Eu estava pensando, não sei se é algo que pode ser feito, mas seria algo muito legal: pegar a fortuna de Mubarak e investir no país. Ele ferrou tanto o país por tanto tempo, por que não ferrar ele de uma vez só?

Agora é esperar que tudo seja resolvido e uma forma de governo justo e definitivo seja implantado num país que, como muitos no norte da África, sofreram com graves problemas sociais e uma ditadura estranguladora.
Que mais países, em condições melhores, mas ainda com problemas sociais, COMO O BRASIL, vejam nisso um exemplo de como o povo tem poder pra se levantar contra a corrupção e tirar líderes de seus cargos. Fizemos uma vez com Collor, e já passou da hora de fazermos de novo. Exemplos não faltam, já cansei de citá-los aqui. Já estamos cansados de ouvir na TV. Só falta a vontade de mudar, o passo que parece ser o mais difícil no nosso Brasil.

Aquele abraço.

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